terça-feira, março 29, 2011

Flor


Meu bem meu menino 
Me dê o seu sorriso 
Essa sua risada encantada 
Seus saltos mortais salgados.



ânsia

Suporto por alguns dias me dizerem que sou louca, que as minhas ideias são insanas e coisas assim.
Percebi que verdadeiramente o são. Percebi que quando vejo a vida ficando quieta, me preocupo.
Procuro saber quais motivos me entristecem e entender como posso ficar tão assim, com vontade de sei lá.
Só entendo depois que lembro onde sou feliz e como sou feliz.
Descobri que minhas pernas gostam de se movimentar, ainda que paradas.
Outra, minhas lágrimas gostam de rolar quando há alegria.
Voltei um pouco no tempo e senti aquele aroma.
Que palavras escritas talvez não transmitam. Faladas também não.
Mas esse tempo, foram vários os tempos, que senti a vida mais forte.
Senti o gosto de estar viva e necessidade de continuar a viver. Só soube que o tempo acabaria porque a fraqueza de ser humana chegava aos poucos.
Eu enfraqueço a cada volta, a cada frustração.
Finjo que não ligo, invento desculpas, doenças, dores...
Que justifiquem a minha ânsia de liberdade.
Anseio sempre conhecer, ver e sentir aquilo que não é habitual.
Anseio voar pelo céu azul e trombar com as gaivotas.
Anseio pisar no solo fértil e sem vida.
Aprender a dançar e tocar o que é estranho para mim.
Anseio novas sensações.
Anseio viver na intensidade que o contato com a natureza e a humanidade me possibilita!

sexta-feira, março 25, 2011

Terra Sertaneja

Quando meu coração pensa em endurecer, quando meus olhos estão longe de ver a liberdade, quando minhas mãos parecem que se abrem a comodidade e meus pés se cansam de estar parados eu sei que é preciso lutar!
Lutar contra o comodismo e o tédio.
Nessas horas me apego a poesias como esta de Ademar Bogo:


Somos milhões de companheiros e companheiras buscando a libertação da terra, de homens e mulheres em um país onde a terra vale ouro e os seres humanos, alguns gramas de chumbo moldados em balas que fazem sangrar o destino do nosso povo sofredor!

Na arte de resistir às tentativas da destruição dos nossos sonhos, trincheiras da criatividade, se revela a rebeldia dos poetas e dos cantadores filhos da terra e da esperança no palco imaginário para onde marcham as colunas dos grandes guerreiros e lutadores sem terra.

A terra no seu suspiro nos abençoa e agradece através das nuvens de poeira provocadas pelos rígidos pés descalços que seguem destemidos, construindo esta grande irmandade de companheiros em busca da dignidade perdida. Seguimos cantando.

Na poesia do cantador se misturam o desejo da terra de homens na grande sinfonia da esperança que aponta o horizonte e o longe fica perto quando se caminha adiante.

As cordas movem paixões. 0 sentimento, as pulsações, o sonho de vencer, os corações. Cantar pois é mais que um prazer quando as vozes brotam de forças em movimento que ao som suave de belas melodias elevam foices e facões rompendo cercas, retirando morões para ver nascer o novo dia.

Assim a terra se converte em causa, a liberdade se converte em sonho, o grito forte se converte em guerra e o povo todo segue um só caminho na trilha estreita plantando futuro.

Que a noite escura da dor e da morte passe ligeira, que o som dos nossos hinos anime nossas consciências e que a luta redima nossa pobreza, que o amanhecer nos encontre sorridentes festejando a nossa liberdade.


Aí eu me lembro que da luta não posso me retirar! Que quando tudo está calmo é porque tem algum problema. Não quero guerra não, quero movimento!

odeio você Caetano, odeio você Veloso, odeio você odeio!!!