Havia acabado de comprar uma coxinha de frango e uma coca-cola gelada. Peguei minhas malas e me sentei numa mureta na grande rodoviária de Curitiba.
Acabava de saborear a coxinha e apreciaria aquela coca que tanto gosto. Quando avistei de longe um homem magro com seus aproximados 30 anos, munido de documentos e alguns papéis amassados. O que me chamava atenção é que ele usava uma mini-saia branca com uma blusa três por quatro roxa e uma rasteira simples nos pés. No cabelo amarelado um arquinho rosa segurava a franja. Seu andar era manco e desconcertado.
Na mureta também, um pouco mais a frente de mim, duas mulheres loiras conversavam discretamente e quando viram aquele homem, imediatamente emitiram expressões de repudio e indignação e cochicharam entre si.
Virei meu rosto em outra direção e fingi não ter visto que ele se aproximava. Quando percebi, ele já estava a minha frente resmungando algumas palavras que não entendi. Sua boca era grande e tinha na parte de cima da gengiva apenas um dente amarelo.
Olhei para ele e arrisquei um sorriso confuso, que a priori de pena e solidariedade. Perguntei o que ele disse então me mostrando os documentos e os papéis que não pude ver direito, mas acredito que eram xérox de exame, me falou que precisava de ajuda para comprar algo de comer. Segundo ele, estava se tratando da AIDS, e disse que acabava de retornar a sua vida novamente.
Agora com certo receio do que ouviria, perguntei, “Que vida”? Ele me olhou desconcertado e gaguejando, falou que a vida de SER HUMANO. Senti naquele instante um nó na garganta e queria poder ajudar de algum jeito.
Como não gosto de dar dinheiro como esmola, expliquei que não tinha nada, apenas aquela coca-cola. Então ele me pediu um gole, entreguei a ele. Ele de alguma forma sorriu agradecido e começou a andar.
Eu estava curiosa, queria saber daquele homem, da sua vida, mas ele me parecia ter medo. Parecia ter vergonha daquela situação. Isso me apertou o coração. Foi quando perguntei seu nome e ele respondeu “Carlos”. Queria fazer algo por ele naquele momento, mas o que?
Acompanhei sua partida com os olhos, até que ele sumiu da minha vista. Queria chorar, espernear, gritar, queria expressar minha indignação. Não por ele, nem pelo que tenha feito. Se ele se drogava, se prostituía, mas porque ele fez aquilo consigo mesmo? Como chegou a esse ponto? Sou tão pequena, me senti inútil diante da situação. E me perguntava o que aquela coca-cola ajudaria na vida de Carlos?
Virei meu rosto em outra direção e fingi não ter visto que ele se aproximava. Quando percebi, ele já estava a minha frente resmungando algumas palavras que não entendi. Sua boca era grande e tinha na parte de cima da gengiva apenas um dente amarelo.
Olhei para ele e arrisquei um sorriso confuso, que a priori de pena e solidariedade. Perguntei o que ele disse então me mostrando os documentos e os papéis que não pude ver direito, mas acredito que eram xérox de exame, me falou que precisava de ajuda para comprar algo de comer. Segundo ele, estava se tratando da AIDS, e disse que acabava de retornar a sua vida novamente.
Agora com certo receio do que ouviria, perguntei, “Que vida”? Ele me olhou desconcertado e gaguejando, falou que a vida de SER HUMANO. Senti naquele instante um nó na garganta e queria poder ajudar de algum jeito.
Como não gosto de dar dinheiro como esmola, expliquei que não tinha nada, apenas aquela coca-cola. Então ele me pediu um gole, entreguei a ele. Ele de alguma forma sorriu agradecido e começou a andar.
Eu estava curiosa, queria saber daquele homem, da sua vida, mas ele me parecia ter medo. Parecia ter vergonha daquela situação. Isso me apertou o coração. Foi quando perguntei seu nome e ele respondeu “Carlos”. Queria fazer algo por ele naquele momento, mas o que?
Acompanhei sua partida com os olhos, até que ele sumiu da minha vista. Queria chorar, espernear, gritar, queria expressar minha indignação. Não por ele, nem pelo que tenha feito. Se ele se drogava, se prostituía, mas porque ele fez aquilo consigo mesmo? Como chegou a esse ponto? Sou tão pequena, me senti inútil diante da situação. E me perguntava o que aquela coca-cola ajudaria na vida de Carlos?
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