terça-feira, maio 29, 2012

menina

Aquela menina, quase uma criança. Nos seus vinte e poucos anos confusa nas palavras, via de longe sua insegurança e seu medo. Naquele papel amaçado, riscos lembravam em tópicos o que não deveria ser esquecido. Uma pequena cola.
Sua ansiedade atrapalhava a pobre menina. Tremia, gaguejava a cada frase completa. O que se passava com aquela menina? Antes tinha tanta segurança, tanto brilho e hoje parece mais uma parede fria, sem cor. 
Nada é novo para ela. As pessoas, as músicas, a fala. É tudo velho. Mas ela não se sente tranquila. Tenho medo a cada vez que ela pára e olha para o papel, é como se fosse lhe dar um branco.
Sua face está avermelhada, de vergonha. Alguém se levanta. Os olhares são de condenação. O momento dos questionamentos é o pior. De repente, alguém se expressa. Sem palavras a menina se encolhe por debaixo do seu cachecol e pretende sair correndo. Mas não o faz.
Encara com coragem o fato de alguém dizer o que ela queria dizer de forma tão clara e bem feita. Ela agradece, envergonha-se, agradece de novo e imagina como seria se fosse alguém no lugar dela. 
A menina não entende que tem muito a aprender, mas entende que já foi melhor.

quinta-feira, maio 10, 2012

Percepções

Percebo olhares
Palavras sinceras
Gestos de carinho

Todo este encanto de vida
Encanta meu coração
De repente me sinto forte

Pensar na vida é coletivo
Partilhar experiências é crescimento
Não estar só, é estar contigo

Percebo que um instante, muda
Uma palavra, apaixona
Um toque, estremece

A decisão é sua
O medo é seu
Mas a vida, a vida é partilhada.