quarta-feira, outubro 01, 2014

Você me encontrou na rua

Fechei os olhos e tentei lembrar se realmente aquilo tudo havia me acontecido. Foi tão intenso, tão bonito, tão inesperado. Parecia filme.

Eu vinha caminhando pela rua, quando você me parou e perguntou se por acaso eu conhecia algum bar legal para tomar uma cerveja naquela região. Eu disse que sim e era logo alí descendo a rua. Com a mão indiquei o caminho. Você agradeceu, fez que ia seguir mas voltou e me perguntou se eu topava tomar uma cerveja.

Eu nunca fui de negar oportunidades. Era uma terça a noite, estava cansada, trabalhara o dia todo, seria uma boa beber cerveja e trocar uma ideia com alguém legal. Aceitei na hora. Você sorriu e seguimos para o bar. No caminho perguntei seu nome e se era de costume convidar pessoas desconhecidas na rua para uma cerveja. Era tudo novo, para mim e para você.

No bar foram cerca de duas horas de intensa conversa. Pela primeira vez o que realmente me interessou era aproveitar aquele momento e conhecer melhor aquele cara maluco que compatilhava um chop comigo. Não queria saber se iamos nos ver novamente, se você estava mentindo, se você tinha facebook ou se era estudioso. Me importava sua essência, seu ser.

Você tinha histórias divertidas, fantásticas. Tinha dicas de música, filmes, canetas, vinhos e softwares livres. Num bloquinho você ia anotando tudo para que eu pesquisasse melhor depois. Eu também dei as minhas sugestões. Foi uma troca.

Rimos muito. Loucos por novas experiências e amizades. Tinhamos alma comum. Tua delicadeza me encantava, sua juventude me inspirava. Você me empolgou. 

Saindo do bar caminhamos até minha casa. No caminho, mais risos e histórias mirabolantes, dos dois. Você pegou em meu braço e seguimos caminhando de braços dados. Estava frio.

Em frente de casa em um impulso você me puxou e me beijou. Eu retribui porque era o que eu queria naquele momento. Ficamos ali sentindo um ao outro, tão perto, tão quente. Você tinha mãos suaves e uma barba deliciosa. Me apaixonei naquele instante.

Mais alguns beijos e amassos, entrei em casa, mas antes deixei meu telefone. Em minha cama, ainda em êxtase, meu coração batia forte. Eu ria sozinha. Era tão bom se sentir nas nuvens. Parecia sonho.

De repente me dei conta. Não havia pegado nenhum contato seu. Não sabia seu nome completo e nenhuma informação precisa que pudesse me ajudar em uma pesquisa na internet. Nunca mais saberia de ti. A menos que você me ligasse. 

Isso foi real? Você existiu mesmo? Se não existiu, como eu poderia me sentir assim, tão irradiante e completa? Tão apaixonada... Eu me lembro do seu rosto, do seu cheiro e da sua barba. Mas não sei como te encontrar. Não temos pessoas amigos em comum, atividades em comum. Somente várias páginas de um bloquinho com a sua letra e várias dicas para eu pesquisar. 

Eu parei, sorri e me acalmei. Tinhamos almas parecidas, se tudo aquilo realmente aconteceu, iriamos nos encontrar de qualquer maneira. No tempo certo você vai aparecer e vamos rir ainda mais da nossa história.

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