Agora eu sinto, me sinto. Enfrentando a melancolia encontro um refúgio dentro da minha própria companhia. E está tudo bem. Tudo completo. Diferente do que dizem por aí, sou uma ótima pessoa. Tenho sonhos formidáveis, ideias malucas. Tenho impulso de dançar e cantar alto. Movida a cerveja, claro. Mas sou eu. Só tem eu nesta sala e o gato que dorme espalhado no chão. Mas este animo vem de dentro de mim apenas. Eu vejo, sinto uma força incontrolável, um desejo de dominar o mundo, ou quem sabe, a minha própria vida. Minhas ideias viajam na brisa que move aos poucos as árvores que vejo pela janela. Voa livre, sozinha, delicada, do seu modo. Sinto o ir e vir dos galhos, que me levam e trazem, numa dança sincronizada. Um vento leve toca meu rosto, é fresco. Me encontro em mim e basta. As cores estão mais claras, vivas. E o som penetra minha alma, cada detalhe, cada timbre, faz com que meus pelos se arrepiem. Minha pele enrijecida demonstra sentimento à música que toca no alto falante do computador. É como se tudo fosse apenas uma coisa, apenas eu mesma. Então recordo que é este encontro que preciso ter todos os dias para conseguir levantar da cama no início da amanhã e me deitar a noite, satisfeita de um dia realmente produtivo.
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