sexta-feira, dezembro 31, 2010

Naquela tarde de sol e céu azul, senti tocar no meu rosto um pouco do sabor que a vida me possibilita. Naquela tarde de ultimo dia do ano, só penso no que passou. Não consigo imaginar o que vem. Aos poucos como uma teia vou planejando os dias desse próximo caminho.
Não tem nada mais além de viver. E para mim viver é sentir o mundo, e tudo o que ele nos oferece. Isso inclui as dores e as tristezas. Só consigo me imaginar no próximo ano vivendo. Intensidade. Loucura. Prazer. Tudo tem que ter!

segunda-feira, dezembro 27, 2010

Querido...

Boa Noite amor, te escrevo hoje, não apenas para te desejar um bom final de ano, mas para compartilhar um sentimento muito completo em minha vida. Já está cansado de me ouvir falar em amor, porque só sei falar disso pra você, só falo com amor de você... mas hoje será diferente. Porque sinto um amor completo. Não que te amar, como eu amo não me faça feliz, e como faz. A questão aqui levantada será todos os amores que eu sinto. Tá complicado né? Vou explicar!

Durante esse ano (2010) eu tive muitas experiências que partilhei com você em cartas passadas. Experiências boas, ruins, alegres, reflexivas... enfim, foram muitas. Cada uma foi construíndo o que hoje eu sou. Lembro-me das viagens loucas. Você sabe como eu gosto disso.

Fui para o Rio de Janeino, revi amigos, amores. Conheci Porto Alegre, que no verão é um calor insuportável, pratiquei meu espanhol e fiz muitos contatos. Fui novamente para Ipanema - PR e fiz a minha melhor oração, de mãos dadas com o mar. Amor, foi incrível.

Em Ponta Grossa aprendi que ter liberdade para amar é muito bom. Em Curitiba quebrei tabus, meus principalmente. Aprendi a andar em São Paulo sozinha e compreendi as linhas e cores no metrô, lá também me senti em casa com alguns pjoteiros. De novo em Sampa, descobri que odeio a muvuca da 25. 

Ah, fui parar no fim do mundo no Paraná em Adrianópolis, num quilombo, nunca vi lugar tão lindo amor, senti a natureza viva e a força da luta do povo negro. E Caxias que queimei a lingua com chimarrão mas re-conheci duas gêmeas fantásticas, que me ensinaram muito. Na Aparecida no Norte, foi triste, me espantei com tanto capitalismo e consumismo. Curitiba... ah aquele clima me chama, lá novamente ganhei mais força e vi um recomeço. Em Ourinhos só posso dizer que amo as negas que me fizeram rir o fim de semana inteiro e todos que me ajudaram a pagar a passagem de ida e volta. Sabe que estava desanimada com a Jornada também em Ourinhos, porém foi lá que juntei mais folego e animo para o proximo ano.

Voltei em Curitiba e me encantei com a luta dos estudantes que realmente acreditam que é preciso mudar. Desisti de muitas viagens, por vários motivos, mas o dinheiro foi o maior culpado. Este ano não teve Salvador, nem Manaus, deixei Guarapuava e Parati, mas tudo no seu tempo né querido?

Ah, já ia me esquecendo tem a viagem de Natal e Ano Novo para Penápolis e Araçatuba, que ainda não terminou, mas eu tenho entendido cada vez mais o valor da família e que o inesperado sempre acontece!

E dos amores passageiros? Prefiro nem somá-los aqui para não te espantar. Como me apaixonei esse ano, quantos olhares me conquistaram, quantas palavras me encantaram, quantos gestos não me fizeram sonhar com casamento? Amei sobretudo platonicamente. Meu espelho talvez ficou sabendo de alguns, mas nem compensava contar para a melhor amiga. Muitas vezes esses amores duravam um dia, algumas horas... Ah mas amei. Me decepcionei. Me enganei. Me diverti também.

E querido, vamos falar com franqueza, quantos também não me amaram? Mesmo que por algumas horas, mesmo que eu nem tenha imaginado. Não discarto a idéia de que também fui amada, ainda que passageiramente.

Amor, sem sombra de dúvidas esse ano foi de muito crescimento no trabalho com a juventude, cada vez mais vejo que é isso que eu quero pra minha vida. Ser jovem para o resto da vida? SIM, mas sobretudo trabalhar pela juventude. Caramba, esse ano realizamos maravilhas com a Pastoral da Juventude em Londrina. Temos uma força que nem podemos imaginar. Ganhamos espaço, confiança... Muitos me dizem que eu preciso focar mais em minha faculdade e me afastar um pouco da PJ, mas como? Isso é praticamente o que eu faço de melhor! Não dá! 

Mas assim, acho que o que fechou mesmo com chave de ouro meu ano foi a Jornada da Juventude. Estava bem querendo desistir, mas fui. E amor, vi muita coisa boa. Um sentimento de que a luta não pode parar, de que juntos podemos mais... ver aquela juventude gritando por paz, dançando, rindo, não tem explicação. Lá não tinhamos classe, religião... éramos apenas JUVENTUDE.

Como é difícil pra mim colocar em palavras os meus sentimentos, você não tem idéia. Mas continuemos...

Outra coisa que vai ficar marcado, certeza! Minha entrada no movimento estudantil. Foi bem atordoada e até hoje não me adaptei ainda. Porque realmente é muita coisa pra mim. Porém, a luta dentro de uma universidade é tão necessária quanto fora dela. Brigar por um DCE (Diretório Central dos Estudantes), por direitos, é um ato não só de sair do comodismo como de realmente assumir nosso papel de protagonistas, de cidadãos. Passei a amar ainda mais a minha faculdade e a valoriza-la. E o Plebiscito Popular da Terra? Que sufoco! Primeiramente para entender, segundo para passar a idéia a diante. Mas conseguimos: Discutimos, apresentamos, votamos... 

Campanha eleitoral nem se fale. Entrei morrendo de medo, de me arrepender depois. Mas depois que conheci meus candidatos (Lygia e Paixão) não teve como não apoiá-los. Não! Não ganhamos, mas eu aprendi muito de política, de defender um projeto político, de militância.

Sabe amor, esse ano eu entrei em muitas crises quanto amizades. Foi difícil entender algumas idas, algumas voltas. Principalmente para perdoar algumas falhas. Como doeu esse ano a rejeição. Mas em compensação conheci uns amigos, que me fizeram ver um outro jeito de viver a vida. Desses eu não vou esquecer. Sem contar aqueles que não saíram do meu lado, que resistiram as dificuldades e se permitiram viver o amor de amigo.

Ah e pra terminar querido o grande amor que eu descobri esse ano. Descobri é modo de dizer, na verdade que eu aceitei. Eu mesma. É isso mesmo. Se amar é fantástico. Não é loucura não. Mas percebi que eu sempre serei a minha melhor companhia. Que muitos amigos virão, muitas águas rolarão, mas no fim só me sobra eu. E eu preciso me encontrar comigo mesma para revitalizar minha mente. 

Quando me encontro comigo, no profundo dos sentimentos me sinto valorizada, me sinto bela, me amo de verdade. Me entendo principalmente. E isso não tem coisa melhor. É uma amizade as vezes muito abstrata, que a gente só vai entender quando realmente sentir necessidade de ficar só, só consigo mesmo.

Muitos problemas a gente só vai resolver consigo mesma. Com uma boa conversa interior e uma preocupação com seu corpo e sua mente. Precisamos amor, abrir os olhos para nós mesmos e aprender a nos amar, só assim vamos amar o outro. Vai por mim...

Mas é isso, não vou me prolongar mais. Espero que você tenha entendido pelo menos 1% do meu ano, que agora se encerra. Desse amor completo. Não posso dizer que ele foi o melhor, mas que foi grande. Hoje não sou a mesma de 365 dias atrás com certeza! Parte de mim se foi, ficou pelo caminho e parte de mim fui costurando durante o ano, colhendo das flores, das cores, dos amores tudo que hoje tem em mim.

Um ótimo final de ano. Obrigado pelo seu amor e amizade. Te amo sempre.

Francielly

quarta-feira, dezembro 22, 2010

@ de Penápolis - SP

Estou no meu segundo dia de abstração. Isso porque viajei para Penápolis, interior de São Paulo, uma cidade pouco conhecida, a não ser pelo fato da Sabrina Sato do pânico ser daqui. O que definitivamente não muda em nada. A cidade continua não tendo nada de interessante. Além da parte em que tenho família aqui. E que passei quase todas as férias de dezembro/janeiro da minha infância neste local. Logo, imaginemos, que essa cidade represente algo para mim.


No primeiro momento, ao sair do ônibus, já senti aquele cheiro. Cheiro de infância. Me vem a mente as estripulias que já organizei com meus primos (Thais, Thadeu e Thiago) quando ainda não sabíamos o que era preocupação.

A cidade continua a mesma. Cento e poucos anos de história, e ainda é um povo fechado, com ruas de paralelepípedos, estradas de terra e charretes. Essa é Penápolis. O que me salva é que tenho uma prima rica. É rica mesmo. Sua casa, ah que mansão.


Para começar ela é verde, minha cor predileta. Tem 6 banheiros e uma piscina deliciosa. A qual ontem já experimentei! Tem sky, internet wifi e ar condicionado em todos os comodos! Uma belezura! Tem como não abstrair?


Meus primos cresceram. Já não vem mais aqui. E tem novos primos, mais novos ainda. Que bagunçam o dia inteiro em meio a tantos brinquedos. Uma pena. Quando eu também era "prima nova" não tinhamos tantos brinquedos bonitos, mas tínhamos árvores, casa na árvore, tambores, argila e uma porção de coisas que me fazia pirar quando vinha pra cá. Eles são limpos. Nós parecíamos porquinhos.

Isso tudo me faz esquecer um pouco a agitação que é minha vida em Londrina. Agora começo a entender o sentido de férias. Olhar de fora a vida é legal. Podemos traçar melhor um caminho para o próximo ano.

Estamos chegando em 2011, faço 21 anos e preciso começar a pensar o que será de mim. Tenho um ano para decidir. Há tantas oportunidades. Dá vontade de fazer tudo. Mas meu "corpinho" não aguentaria.

Colocaria uma foto aqui, se minha cota de imagens no Google não tivesse excedido. Coisa mais chata viu.

segunda-feira, dezembro 06, 2010


Danço pelas linhas da vida, tortas, coloridas. Em cima outrora em baixo. Não sei do fim. Não encontro o fim, não o procuro. As vezes caminho reto achando estar certo. Mas as curvas me apetecem. A duvida do que vem a frente. É bom sentir medo, de errar. O branco cansa, gosto de chamar atenção. Vermelho de amor. Verde de tranqüilidade. Amarelo de alegria. Caminho sem saber onde vai dar. Mas procuro o caminho das cores sempre, porque me trás companhia.