Como deve ser,
em noites frias,
mãos frias
que te tocam.
Não é por prazer
talvez nunca foi.
Sei que não és a mesma
teus olhos que antes,
eram alegria.
Hoje escorre sangue de dor.
Sangue envenenado,
por quem não sabes.
Sabes que não há mais futuro.
Sabes que o passado não volta.
Curtas saias,
Curtos cabelos.
Nos lábios,
vermelhos, vermelhos
que tampam com maquiagem
o rosto sujo, imundo
sem vergonha.
Curta a vida.
Corpo sem forma;
Corpo sem dona
Corpo,
seu corpo.
Marcas manchas
Dor de dor,
Dor de que espera
Algo melhor.
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