sexta-feira, dezembro 15, 2006

Lábios vermelhos

Como deve ser,
em noites frias,
mãos frias
que te tocam.

Não é por prazer
talvez nunca foi.
Sei que não és a mesma
teus olhos que antes,
eram alegria.
Hoje escorre sangue de dor.
Sangue envenenado,
por quem não sabes.

Sabes que não há mais futuro.
Sabes que o passado não volta.
Curtas saias,
Curtos cabelos.

Nos lábios,
vermelhos, vermelhos
que tampam com maquiagem
o rosto sujo, imundo
sem vergonha.

Curta a vida.
Corpo sem forma;
Corpo sem dona
Corpo,
seu corpo.
Marcas manchas
Dor de dor,
Dor de que espera
Algo melhor.

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